...
Cáceres, 2009
Levantados do chão, os afogados. Suspiram ao vento, cada um para seu lado, e de costas viradas para a luz. Atravessam correntes de ar, de mãos dadas e sombras entrelaçadas. Exilados numa noite sem saída, os afogados maldizem o mar e amaldiçoam a pressa das ondas. A esperança morre sozinha. & de cansaço, muito depois de todos os outros. Que vão desistindo um a um, na sua condição de amarrados a estranhas formas de bom juízo. O eterno retorno só dura um instante, e tudo o que sobra é um futuro que ecoa, em abandono. Deixai. Nunca desejei vir a ser eu.
...
1 comentário:
Sublime.
Enviar um comentário