Camisola 12

...

N.S.Machede, 2006


Estou-me nas tintas para a selecção. Quero que perca o mais rápido possível para se poder ver o mundial com deve ser (leia-se, sem a histeria feminina que grassa por aí). Quero que perca o mais rápido possível para que as marcas que estragam o futebol com campanhas de marketing, ridículas e sufocantes, se arrependam do investimento. Talvez se a selecção perder logo a SIC e a TSF deixem de passar aqueles hinos bacocos, onde heróis rima com caracóis. Porque hei-de eu apoiar a selecção nacional de futebol, porque nos representa, se são poucos aqueles que ainda ligam à miss Portugal e à representação nacional no Festival da Canção da Eurovisão? Assim como assim, prefiro que a imagem nacional seja a Miss Portugal e não o Petit! Há representantes nacionais de que me orgulho. Alguns até são desportivos. Mas a selecção nacional de futebol não encabeça a lista. Quantos representantes nacionais estagiam em hotéis de seis estrelas? Quantos são pagos sequer?

E confesso, a estória da mais bela bandeira do mundo deixou-me perplexo. Acho que o BES não percebeu bem o potencial da coisa. Então juntam-se milhares de mulheres e daí resulta apenas uma bandeira humana?!? Efémera. Sempre pensei que cada uma das senhoras trazia a sua agulha. Isso é que era: quinze mil mulheres, sentadinhas na relva ao sol, a tricotarem os panos de seda do BES. Depois, acabado o Mundial, com a bandeira de tricot fazia-se uma cobertura de napron para a pala do Pavilhão de Portugal...
...